DISCALCULIA: TRANSTORNO DA HABILIDADE EM MATEMÁTICA
►Envolvimento de vários profissionais: médicos, professores, psicopedagogos, psicólogos, fonoaudiólogos + família;
►Novos saberes sobre o funcionamento cerebral durante o cálculo e raciocínio matemático (neuropsicologia e neurociência);
►Como você quantifica os resultados do que manipula? Com considera as sobras? O que pensa sobre lucro? O que é contar?;
► Egípcios e romanos, bem antes de Cristo, desenvolveram sistemas numerais de alto nível; também os árabes e os hindus o fizeram de modo evoluído;
►A habilidade numérica parece determinada biologicamente como uma das categorias de domínio do conhecimento, mas precisa de conteúdos, estímulos e motivações para tal efeito (WYNN, 1992);
►A pedagogia usa mais ou menos 4 passos no seu modelo didático para o aprendizado da matemática:
1º) Ação com objetivos reais (tenho 5 pirulitos, tiro 3, quantos ficam?)
2º) Ilustração simbólica – o real é representado por certa forma simbólica (temos 5 círculos no pátio, se eu apagar dois deles, quantos ficarão?) e provável.
3º) Transformação dos símbolos em números em aplicabilidade universal (5 – 3 = ?)
4º) Automatização de resultados conhecidos, por repetição e transformação (8 – 4 = 4 e 4 + 4 = 8) etc… etc…
►200 anos antes de Cristo, Galeno afirmou a existência de áreas específicas nos cérebros, com funções definidas. Gall, em 1796 reafirmou esse dado de modo científico (teoria frenologia). Hoje, 200 anos após a PET (tomografia em emissão de pósitrons) confirma áreas cerebrais para o cálculo matemático;
►A Síndrome de Gerstmann: déficits em cálculos; apresentando sinais sutis neurológicos, distúrbio no comportamento e linguagem propondo intervenções e ótimos resultados;
►As áreas parietais inferiores e o córtex pré-frontal são ativados no processo de calcular (PET = tomografia com emissão de pósitrons) (+ RMF = ressonância magnética funcional);
►Cálculo: função cerebral complexa: vários mecanismos cognitivos são envolvidos (processamento verbal e gráfico; percepção; reconhecimentos; produção de números; representação número/símbolo; discriminação viso-espacial; memória; raciocínio sintático/sintético; atenção/concentração; correlação, etc…
►Muitas outras habilidades são prejudicadas no transtorno dos cálculos matemáticos, incluindo as habilidades linguísticas e perceptivas, lembranças, etc…
►Pode haver significante fator hereditário nos distúrbios da matemática, mas há forte referencia dos fatores vivenciais e ambientais, e ainda os neurológicos em casos de traumas específicos;
►As intervenções são bem sucedidas se facilitarmos:
– noções de números elementares (até 9) com a habilidade léxica;
– a produção de novos números a partir deles (habilidade sintática);
– noções de ordem, sequência, quantidade, tamanho, espaço, distância hierarquia…
– cálculos operativos concretos e senso motores com as 4 operações matemáticas em experiência do dia a dia.
– usar figuras, formas, cubos, detalhamentos, diferenças, semelhanças, fotos, imagens, tamanhos, espessuras, etc…
►As intervenções são bem sucedidas se facilitamos:
Por falta dessas intervenções hoje sou uma adulta que tem pavor a matemática…Precisamos buscar formas prazerosas para obtermos sucesso com nossos alunos.
Devemos sempre utilizar conhecimentos inteligentes pra chamar à atenção do aluno para ele aprender melhor a matemática de uma maneira agradavel.
É impressionante o que se descobre a cerca da estrutura do cérebro com o avanço da tecnologia, obviamente para o bem da humanidade; as áreas cerebrais responsáveis pelas funções da lógica, do planeamento, da organização, são fundamentais que estejam saudáveis e em perfeito funcionamento, para que o aluno possa adquirir o conhecimento da matemática. o estudo cuidadoso dessa área cerebral, contribuirá para corrigir as patologias responsáveis pela discalculia, etc. apesar de o cérebro ser capaz de desenvolver caminhos para a aquisição desse conhecimento, é bom contar com a neurociência para melhorar a atuação da pedagogia.
Algumas dessas dificuldades também é caracterizada na dislexia, distúrbio que apresenta dificuldade em ler, escrever, soletrar, enfim, possui dificuldade em interpretar o enunciado dos exercícios e dos conceitos matemáticos. Para melhorar a discalculia alguns métodos podem ajudar a vida dessas pessoas, como o uso da tabuada, calculadora, cadernos quadriculados, enunciados mais claros e ditetos.
NATÁLIA RAMOS PINTO, Itamaraju- BA aluna da CENSUPEG de TEIXEIRA DE FREITAS.
Importante pontuarmos que o indivíduo com discalculia de fato apresenta dificuldades extremas em aprender, mas que dentro de sua dificuldade, é possível desenvolver técnicas que favoreçam seu aprendizado no que se refere aos conhecimentos matemáticos.
Importante ressaltar que o conhecimento lógico matemático vai além da facilidade em o calcular n úmeros e resolver operações mecânicas. Baseado em estudos podemos dizer que o desenvolvimento do raciocínio lógico matemático está determinado pelo domínio afetivo. Segundo Piaget o desenvolvimento das capacidades dedutivas deve ser libertado do cálculo, sendo construído ativamente por correspondências lógicas. o que leva a elaboração de mecanismos operatórios delicados e precisos. Portanto não temos que nos prender a execução e elaboração de atividades matemáticas que envolvam somente cálculos. Quando se trata do aprendizado de matemática, é preciso levar em conta o desenvolvimento da inteligência emocional, que é imprescindível para que aconteça a aprendizagem.
O professor que se depará com esse aluno que apresenta dificuldades no aprendizado da matemática deverá ter um olhar sensível, pois será imprescindível que este saiba compreender e respeitar a lógica do seu aluno e como ele constrói seu aprendizado à cerca da matemática.
O desenvolvimento do raciocínio lógico precisa de maturação – motivação – experiências passadas. Vale ressaltar que a criança nasce com o senso numérico, porém é preciso desenvolver esta habilidade. Alguns critérios precisam ser levados em conta na hora do diagnóstico, tais como: problemas emocionais, audição, visão – avaliar se a dificuldade persiste por mais de 6 meses, o diagnóstico deve ser feito idealmente após o segundo ou terceiro ano do ensino fundamental. É um erro achar que crianças que tem discalculia possui um QI abaixo do esperado, muitas vezes ela consegue se desempenhar bem até o término do ensino fundamental I – porém na entrada da nova etapa ela irá apresentar grandes dificuldades – antes ela tinha uma só professora, agora ela terá vários. Muda rotina, muda a maneira – esses fatores levam a uma dificuldade, mas nem sempre essa dificuldade deve ser levada em conta como uma discalculia.
A matemática para maioria dos alunos, é um ”bicho de 7 cabeças” mas para outros pode ser discalculia. É preciso em primeira instância uma avaliação médica e psicopedagógica, para investigar esse indivíduo. Os métodos citados acima são mediadores para esses alunos, facilitando seu processo ensino aprendizagem, usando o lúdico e o visual.
A discalculia, também exige um acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. Pode ser um fator hereditário e as intervenções podem ser bem sucedidas quando facilitamos a aproximação do sujeito a diversidade de meios que o auxiliem no seu desenvolvimento dos cálculos operativos e concretos.