Raiva, medo, alegria, tristeza, são emoções primarias e nem sempre as crianças, mesmo cognitivamente saudáveis, conseguem lidar com elas de forma equilibrada, principalmente quando estímulos familiares e escolares não são saudáveis.
Uma criança que permanece em um ambiente familiar onde existem adultos inseguros e instáveis, temerosos pelas incertezas da conjuntura, numa estrutura onde conflitos podem surgir, muitas vezes experimenta a dor da rejeição, impaciência, hostilidade, cobranças excessivas e criticas facilitando para que um comportamento depressivo possa,, facilmente, se instalar.
Sintomas como apatia, tristeza, isolamento, desanimo, cansaço, falta de energia, desinteresse no brincar, etc. podem revelar a depressão infantil. Mesmo a irritabilidade, falta de apetite ou agressividade podem estar presentes. Outras vezes há tristeza e evidência da infelicidade sem esforços de luta ou rebeldia, como se fosse uma desistência.
“…A sintomatologia pode ser agrupada em sintomas cognitivos, afetivos, comportamentais e físicos. Enquanto as mudanças cognitivas estão relacionadas a uma visão negativa de si mesmas, do mundo e do futuro, incluindo auto critica, desesperança, pessimismo, dificuldade de concentração e pensamento de morte, alterações comportamentais referem-se ao afastamento social, falta de prazer e de interesse pelas pessoas e atividades”. (CRUVINEL, BORUCHOVITCH, pg.12).
Episódios depressivos maiores geralmente apresentam situações persistentes por mais de duas semanas, incluindo perda de apetite e peso consequente, insônia, alterações psicomotoras, prejuízos no pensamento e até pensamentos e atos suicidas, esse último geralmente para acabar com sentimentos de dor (DSM-V).
Muitos familiares não percebem esses sintomas, pois há algo profundamente interno que nem sempre percebemos o significado. Há poucos instrumentos para se avaliar e diagnosticar a depressão infantil, a maior parte é observação e adaptação de instrumentos e técnicas quase sempre desconhecidas pelos pais. Por isso, a recomendação é que, diante de alguns sintomas, a família procure um especialista.
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