Marcelli e Branconnier dizem que não devemos ver apenas a questão familiar implicada na psicopatologia do desenvolvimento humano; para eles, muito além da privação ou inadequação materna restrita a uma concepção “linear e monocausal” estão às concepções “pluricausais ou multicausais” além do contexto familiar. Isto, de certo modo, invalida nossa intervenção pois não temos como penetrar em todos os campos estimulativos ao desenvolver geral dos sujeitos. Nem temos como atuar apoiando consciências e fortalecimentos conceptuais e psicoafetivos de todos os envolvidos. Resta-nos atuar diretamente com a proximidade, ou seja, com aqueles que estão ao nosso alcance – o próprio adolescente e sua família.
Os autores, acima citados, apontam para a adolescência como um processo de separação e individualização importante para o alcance da subjetividade e autonomia real do próprio adolescente. Nessa luta conceptual falamos em crises, desejo de originalidade, puberdade, identidade e confusão e outros que estão envolvidos no processo desenvolvimental a favor ou contra do patológico na adolescência.
Geralmente as nossas entrevistas com os jovens estimulam a expressão de sentimentos, junto com a queixa. São rebuscados os desejos e ações solucionadoras que permeiam cada um dos membros e toda a família em conjunto. Embora não se possa fechar diagnóstico nessa fase, a abordagem terapêutica vasculha sempre possíveis sintomatologias da 1ª Infância, em seus possíveis registros, bem como a história de vida global dos sujeitos. Há uma preocupação em detectar os mecanismos defensivos, os tipos de organização psíquica no social, as formas de adaptação das personalidades à realidade de cada um e de cada grupo.
Pequenos testes iniciais procuram fazer avaliações desse funcionamento psíquico, facilitando agrupar dados significativos para um provável diagnóstico. A qualidade da interação familiar nos ajuda a compreender cada um, em especial a criança e o adolescente, que é a nossa forte preocupação.
Marcelli e Branconnier consideram que há fatores que possam proteger os adolescentes na passagem de suas patologias em direção ao ato. Um deles é a tolerância à frustração que começa com os aprendizados de infância e sempre vem acompanhada de certa tensão e ansiedade.
Os dois mecanismos – o de adiamento de satisfações e o de deslocamento – costumam ser úteis, mantendo no adolescente certo tipo de esperança e expectativa e, lançamentos para além de si mesmos e de sua dor. Jogos e hobbies costumam colaborar bastante, numa linha de sublimação, entretanto, nem todas as manobras são saudáveis, algumas viagens e fugas podem contradizer as vantagens da resiliência.
Os autores afirmam que “o normal e o patológico nem sempre repousam nas condutas em si mesmas, mas em suas significações.” Muitas vezes a depressão, os transtornos de identidade aparecem como defesa diante de afetos e vivencias ultrajantes à sua identidade de pessoa única.
Nenhuma classificação pode dar conta da diversidade de formas de errância na adolescência. Toda conduta desse tipo deve ser analisada em função de vários componentes e, portanto, considerada como uma realidade única.
A violência na adolescência quase sempre aparece como resposta a pressões e ameaças do mundo sobre esses jovens. Utilizam a mesma força da violência com que percebem terem sido tratados. Às vezes a usam contra si mesmos. Outras vezes contra outrem. A violência tem sido abordada bem mais na área jurídica e médica; a agressão e a raiva bem mais no campo psicológico. Nosso país tem sido palco de ambos. Vandalismos, destruições solitárias ou em grupos mas, não podemos nos esquecer que muitas vezes diante de tais atitudes, temos também tiranos familiares.
- MARCELLI, D. BRACONNIER, A. Adolescência e psicopatologia. 6. Ed. Porto Alegre. Artmed, 2007.
A violência entre os jovens e adolescentes vem se tornando cada vez mais banalizada. É por meio de reflexões como essa que devemos buscar caminhos para soluções nas várias instâncias: sociais, escolares, domésticas. A família não é a única responsável pelos desequilíbrios que percebemos, mas uma família que se preocupa com o bem estar de seus filhos em todos os sentidos tem mais chance de educar em jovem mais equilibrado e menos tirano.
Excelente!! Estou fazendo uma pós em TCC e a disciplina que estou estudando no momento é transtornos na primeira infância esse conteudo contribuiumuito. Vou até socializar com o grupo.
Muito grata
Gal Mascarenhas
Concordo plenamente! Precisamos estar fundamentados em teorias que tenha um conceito estabelecidos que sirvam de orientação para estarmos prontos a qualquer adversidades nesta área de violência aos jovens e familiares.
Concordo! Precisamos estar fundamentados em teorias que tenha um conceito estabelecidos que sirvam de orientação para estarmos prontos a qualquer adversidades nesta área de violência aos jovens e familiares.
Ótimo texto para reflexão. Ao observarmos a sociedade atual vemos adolescentes que cada vez menos vivem em contato com o mundo físico, pois se prendem aos seus aparelhos eletrônicos, se propondo a viver somente em seu mundo tecnológico. Com isso sua relação com as demais pessoas da sua faixa etária ou da sociedade fica prejudicada, promovendo um afastamento dos demais (podendo chegar a uma depressão) e/ou um comportamento agressivo. Cabe a nós sabermos lidar com essas questões de forma clara e objetiva, utilizando-se até mesmo de meios tecnológicos para os auxiliarem nessa passagem dessa faixa etária.
Realmente as violência entre jovens e muito grande e as vezes por motivos fúteis por ex Bullying as vezes a criança esta fazendo isso para chamar atençao para algo que esta acontecendo com ela no ambiente família e social. Entao temos que ter um olhar critico para podemos achar uma soluçao antes de condenar o jovens a criança pelo seu ato.
A violência na adolescência tem crescido muito, alguns dos motivos destas atitudes são revolta por acontecimento e relatos vividos na infância, ao chegar na adolescência começam a expressar desta forma (através da violência). É de suma importância Manter os pais e também nos informar do quão valioso e ué uma criança tenha uma infância saudável com boas influências e referências de qualidade, cabe aos profissionais da educação manter-se sempre atualizados e preparados para esse tipo de adolescentes, para lidar com as decorrentes atitudes de violência. Para então fazer o acolhimento, e demonstrar confiança ao aluno, sendo assim o mesmo se sentirá a vontade em contar acontecimentos que levam a ser violento. Vale ressaltar que a família e a escola devem ser parceiras desde a primeira escolarização, e o acompanhamento do desenvolvimento da criança influência fortemente em sua adolescência.
Muitos adolescentes cometem erros, os de baixa renda principalmente, pode está acontecendo algo de errado dentro da família ou com pessoas próximas, ou até mesmo com ele.As vezes por medo ou vergonha não comenta com ninguém o que está acontecendo.
Isso pode levar o adolescente a ficar agressivo e cometer delitos .Se a família esta desestruturara como o adolescente vai se portar com boas maneiras, com exceção de alguns que mesmo com problemas procuram fazer a coisa certa.